Educação a distância
Educação a distância (EaD) é um termo abrangente que engloba uma variedade de abordagens educacionais aplicadas quando professoras/es e estudantes estão separados por espaço e tempo, ou ambos. A educação a distância inclui abordagens e soluções de alta, baixa e nenhuma tecnologia; assim como aprendizagem formal e não formal em vários níveis (pré-primário, primário, secundário, pós-secundário e todos os níveis terciários, incluindo educação e treinamento técnico e profissional). Termos como “aprendizagem a distância”, “aprendizagem on-line”, “aprendizagem remota” e “e-learning”, todos os quais identificam abordagens de educação habilitadas por tecnologia que requerem dispositivos digitais e conectividade com a internet, são um subconjunto crítico mais amplo da arena de oferta de educação a distância.
Na ausência de oportunidades de educação formal em contextos de EeE, os programas de educação a distância de longo prazo podem ser vistos como uma intervenção de baixo investimento. A EaD pode servir como uma opção essencial, oferecendo oportunidades para indivíduos e comunidades que não conseguem acessar a educação presencial devido a vulnerabilidades específicas (por exemplo, mães jovens, trabalhadores infantis, crianças em áreas remotas ou crianças com deficiências que não estão sendo acomodadas nas escolas, etc.) ou que tiveram sua aprendizagem na escola interrompida por crises. As modalidades de ensino a distância podem ser utilizadas como programas autônomos (programas de educação não formal) e também como complemento de modelos presenciais de oferta de educação, apoiando estudantes em todos os níveis, inclusive professoras/es envolvidas/os no desenvolvimento profissional, seja em sua formação ou durante o exercício das atividades docentes. Em ambos os casos, a EaD resulta na melhoria do acesso e na continuidade da aprendizagem durante situações de crises. A EaD e outras modalidades baseadas em tecnologia também são usadas para apoiar estudantes em risco em uma série de programas de remediação de aprendizagem em países de renda baixa e média.
A pandemia da COVID-19 obrigou profissionais a expandir e testar uma variedade (sistemas de gestão de aprendizagem, conteúdo de aprendizagem, pedagogias digitais) de soluções inovadoras de ensino a distância. Além disso, a pandemia destacou várias restrições de capacidade relacionadas a habilidades pedagógicas digitais, desenvolvimento de conteúdo e avaliação de abordagens de EaD. O aumento da necessidade e das expectativas de que estudantes e professoras/es acessem e usem efetivamente a tecnologia em seu ensino e aprendizagem não foi acompanhado por um acesso confiável. A taxa de crescimento não está ocorrendo da mesma forma. Por exemplo, as evidências disponíveis indicam que uma grande exclusão digital de gênero em contextos de crise impede que meninas e mulheres tenham acesso e aprendam nas mesmas taxas que suas e seus colegas em ambientes mais estáveis. A exclusão digital entre diferentes regiões e a discriminação de gênero continuam sendo as principais barreiras para melhorar a qualidade da educação a distância em contextos de crise.
Sem investimentos substanciais e direcionados, as disparidades entre estudantes e professoras/es de grupos mais marginalizados e os pessoas/comunidades que são privilegiadas pelo acesso e pela familiaridade com modalidades de aprendizagem remota e digital continuarão a se aprofundar. Os princípios de inclusão e equidade devem orientar investimentos feitos pelas partes interessadas, sejam elas públicas ou privadas. A interseção entre a prestação de serviços públicos e privados de educação e infraestrutura afeta a acessibilidade, a acessibilidade econômica e o desenvolvimento de produtos. Independentemente de quem desenvolve, apoia ou mantém a educação a distância, os princípios de inclusão e equidade devem moldar os serviços e o conteúdo oferecidos para garantir que os desafios exclusivos e as necessidades de aprendizado de estudantes de grupos mais marginalizados e vulneráveis sejam acomodados. Da mesma forma, é imperativo que todas as partes interessadas considerem as implicações coloniais e culturais dos recursos, do conteúdo digital e da pedagogia em relação ao desenvolvimento e o fornecimento de EAD em contextos de crise.
Esta coleção foi desenvolvida com o apoio de Asim Latif e do Grupo de Trabalho sobre Educação a Distância da INEE.