Anúncio da edição especial da JEiE sobre AP e ASE em Situações de Emergência
Temos o prazer de anunciar a publicação de Journal on Education in Emergencies Volume 7, Número 2 – Edição Especial sobre Apoio Psicossocial e Aprendizagem Social e Emocional em Situações de Emergência!
A Edição Especial da JEiE sobre Apoio Psicossocial e Aprendizagem Social e Emocional em Situações de Emergência apresenta uma visão geral das estratégias e ferramentas que estão a ser desenvolvidas e utilizadas para compreender o estado de bem-estar e apoio psicossocial em contextos humanitários e a eficácia do desenho de programas de EeE que incorporam os princípios de AP e de ASE. Esta edição apresenta evidências do progresso que está a ser feito na criação, validação e utilização de novas medidas culturalmente relevantes de saúde mental e bem-estar entre os e as estudantes que vivem em situações de crise e conflito, e entre os/as professores/as, cuidadores/as, e membros da comunidade em quem estes e estas jovens confiam.
O Volume 7, Número 2, da JEiE inclui seis artigos de investigação, três notas de campo, duas críticas de livros e um comentário. Os autores que contribuíram para esta edição trabalham em 30 instituições sediadas em mais de 12 países. Juntos, fazem avançar a nossa compreensão de como a saúde psicológica, o bem-estar emocional, a coesão social, e a educação estão ligados. Também reforçam a noção de que as escolas são locais importantes para proteger as crianças de traumas emocionais e de danos psicológicos causados por conflitos e crises. As escolas podem oferecer aos e às estudantes uma sensação de estabilidade, dignidade, realização e esperança nas suas vidas quotidianas, fornecer cuidados nutricionais e oportunidades para brincar e servir como um espaço de prestação de serviços e recursos, incluindo recursos de saúde mental.
Os editores principais Ragnhild Dybdahl (Universidade Metropolitana de Oslo) e James Williams (Universidade George Washington) cederam generosamente o seu tempo e conhecimentos especializados para tornar esta edição especial uma realidade.
O Volume 7 completo da JEiE, Número 2, bem como as edições anteriores da JEiE e todos os artigos individuais, podem ser descarregados gratuitamente do website da INEE: inee.org/pt/journal.
O resumo e o título de cada artigo estão disponíveis em árabe, francês, espanhol, e português.
***********************************************************************************
Journal on Education in Emergencies Volume 7, Número 2
Edição especial sobre Apoio Psicossocial e Aprendizagem Social e Emocional em Situações de Emergência
ÍNDICE E RESUMOS
Editorial Note: Journal on Education in Emergencies: Volume 7, Number 2
Ragnhild Dybdahl and James Williams
Nesta nota editorial, os gestores de edição da edição especial, Ragnhild Dybdahl e James Williams, procuram definir e operacionalizar o Apoio Psicossocial (AP) e a Aprendizagem Social e Emocional (ASE) a nível mundial. Realçam o forte enfoque nesta questão relativa ao desenvolvimento de novos métodos rigorosos para avaliar a saúde emocional e bem-estar, bem como os esforços em adaptar e contextualizar as ferramentas de AP e a ASE em contextos humanitários. Dybdahl e Williams realçam as contribuições de cada parte da prática no mundo real da EeE, como a avaliação do desenho de programas de EeE que inclui os princípios de AP/ASE, recordando ao mesmo tempo os leitores/as de que a aprendizagem em si é um processo fundamentalmente social e emocional.
Developing and Validating the International Social and Emotional Learning Assessment: Evidence from a Pilot Test with Syrian Refugee Children in Iraq
Nikhit D’Sa and Allyson Krupar
O enfoque cada vez maior na aprendizagem social e emocional (ASE) para crianças na idade do primeiro ano escolar em contextos frágeis e afetados por conflitos necessita de uma compreensão dos efeitos que estes programas têm. Contudo, a falta de medidas válidas e fiáveis de competências de ASE em contextos de poucos recursos e crise condicionou a criação desta evidência. As poucas ferramentas com propriedades psicométricas robustas foram desenvolvidas para utilização em contextos de elevados recursos, tendo normalmente custos de utilização, limitam as adaptações, e focam-se nas pessoas adultas como participantes. Para responder a esta lacuna, desenvolvemos a Avaliação Internacional de Aprendizagem Social e Emocional (AIASE), uma medida adaptável, gratuita, de livre acesso, com base no desempenho de autoconceito, gestão de stress, perseverança, empatia e resolução de conflitos em crianças entre os 6 e 12 anos. Neste estudo, concentrámo-nos em estabelecer a validade e fiabilidade da AIASE quando utilizada com crianças sírias refugiadas no Iraque. Testámos uma estrutura latente, critério de validade, fiabilidade interna consistente e fiabilidade interavaliadores da AIASE com 620 crianças sírias. Conseguimos estabelecer uma estrutura de fatores teoricamente fundamentada para todas as competências com exceção da perseverança. A AIASE pode ser utilizada de forma fiável por grupos de avaliadores/as (Krippendorf’s alpha>.86) com forte consistência interna (KR-20>.70). As nossas conclusões quanto à validade do critério foram promissoras mas preliminares; o grau e a exposição para ameaças interpessoais demonstraram uma associação positiva com as competências de ASE.
Teachers’ Observations of Learners’ Social and Emotional Learning: Psychometric Evidence for Program Evaluation in Education in Emergencies
Ha Yeon Kim, Kalina Gjicali, Zezhen Wu, and Carly Tubbs Dolan
A avaliação rigorosa dos programas de aprendizagem social e emocional requer o uso de medidas para fornecer informação válida e fiável sobre as diferenças significativas nas competências sociais e emocionais das crianças através do tratamento e controlo de grupos, bem como as mudanças ao longo do tempo. Em contextos afetados por conflitos e crises, algumas medidas podem fornecer as evidências necessárias que suportam a sua utilização em avaliações de programas, que limita a capacidade das partes interessadas em determinar se um programa está a funcionar, o quão bem está a funcionar e para quem. O instrumento de Observação de Professores/as sobre a Aprendizagem Emocional e Social dos/as Alunos/as, conhecida como TOOLSEL (sigla em inglês), mantém o compromisso de resolver esta lacuna. O TOOLSEL é um questionário de relatório do/a professor /a sobre o comportamento de crianças observado em salas de aula. É utilizado para avaliar um conjunto de competências sociais, emocionais, comportamentais e cognitivas entre crianças frágeis em idade pré-escolar e em situações afetadas por conflitos. Neste artigo, o uso de dados de uma amostra de 3.661 crianças sírias refugiadas que foram matriculadas em escolas públicas formais libanesas e tiveram acesso ao programa não formal de suporte corretivo, relatamos evidências de robustez psicométrica no TOOLSEL. Fornecemos evidências empíricas da fiabilidade e validade do TOOLSEL; o TOOLSEL capturou as competências de aprendizagem emocional e social dessas crianças sírias refugiadas de uma forma imparcial e comparável entre os grupos de tratamento, o género, a idade e o tempo. Também fornecemos recomendações sobre o uso do TOOLSEL, incluindo maneiras de melhorar a sua viabilidade, fiabilidade e validade.
Creating a Tool to Measure Children’s Wellbeing: A PSS Intervention in South Sudan
Moses Olayemi, Melissa Tucker, Mamour Choul, Tom Purekal, Arlene Benitez, Wendy Wheaton, and Jennifer DeBoer
Desde 2015, mais de 560.000 crianças de escola primária no Sudão do Sul têm recebido apoio psicossocial (AP) através do programa Serviços essenciais integrados para a Educação em Situações de Emergência, subsidiado pela USAID e implementando pela UNICEF. Várias organizações não-governamentais baseadas no Sudão do Sul entraram em parceria com a UNICEF para formar professores/as locais para a implementação de atividades de AP em espaços dedicados à criança. Para avaliar o impacto desta intervenção no bem-estar dos e das estudantes e na performance académica, um consórcio multi-institucional de parceiros multidisciplinares levou a cabo propositadamente uma experiência com 2982 estudantes e 580 professores/as em 64 escolas dos cinco estados da República do Sudão do Sul. Os objetivos críticos das avaliações eram conceber instrumentos válidos rigorosos e relevantes em termos de contexto para avaliar o bem-estar dos alunos/as numa região onde a investigação sobre os resultados de AP na educação em situação de emergência é necessária. Neste artigo, primeiro apresentamos o processo em que esses instrumentos de investigação foram concebidos através do esforço colaborativo de peritos na medição de resultados de apoio psicossocial em cenários de conflito e peritos no contexto local. Em seguida, descrevemos de que forma testámos para a validade da construção do instrumento resultante e apresentamos os resultados da nossa análise ao fator de confirmação do respetivo modelo de três fatores de bem-estar social, bem-estar emocional, e resiliência/sobrevivência. Finalmente, baseado no nosso processo e o instrumento resultante, fazemos recomendações para uma investigação futura dos resultados de AP em contextos de emergência.
How Do We Know If Teachers Are Well? The Wellbeing Holistic Assessment for Teachers Tool
Fernanda Soares, Nina Menezes Cunha, and Paul Frisoli
Este artigo relata o desenvolvimento, a adaptação e a validação da ferramenta de Avaliação Holística do Bem-Estar para Professores/as (WHAT, em inglês) com uma amostra de 1659 professores/as salvadorenhos. El Salvador é um país afetado por conflitos marcados por um elevado nível de violência relacionada com gangues, que interage com a educação e afeta diretamente o bem-estar dos/as professores/as. Ter uma ferramenta fundamentada e validada ao nível do contexto é imperativo para promover a nossa compreensão sobre o bem-estar dos educadores/as em El Salvador e noutros contextos afetados pelo conflito, pois permite-nos gerar evidências que informem as políticas e as intervenções. Neste artigo, descrevemos como revimos e selecionámos as medidas que compõem a ferramenta WHAT, seguidas de uma conceptualização inicial do bem-estar de professores/as e de uma descrição das experiências e desafios que os professores e professoras de El Salvador estão a enfrentar. Descrevemos o nosso processo de tradução e adaptação das medidas selecionadas ao contexto salvadorenho, que incluiu a realização de entrevistas cognitivas. Os resultados da nossa análise exploratória de fatores fornecem provas de validade da construção da estrutura interna das medidas individuais utilizadas. A análise do fator exploratório que incluiu todos os itens de todas as medidas confirmou que cada escala está de facto a medir uma construção diferente. Os resultados de uma análise de fatores confirmatórios corroboraram um bom ajuste do modelo. O processo de adaptação da ferramenta e os resultados da nossa análise psicométrica dão evidências da validade da ferramenta, com base no conteúdo dos itens da ferramenta, na estrutura interna e na sua relação com outras variáveis.
Evaluating the 3Cs Program for Caregivers of Young Children Affected by the Armed Conflict in Colombia
Lina María González Ballesteros, José M. Flores, Ana María Ortiz Hoyos, Amalia Londoño Tobón, Sascha Hein, Felipe Bolívar Rincon, Oscar Gómez, and Liliana Angélica Ponguta
A Colômbia tem enfrentado uma das mais longas crises de deslocação interna dos últimos anos. Os projetos que abordam as práticas e o bem-estar psicossocial da comunidade de cuidadores e cuidadoras de crianças pequenas, em crises prolongadas, são de necessidade urgente. Desenvolvemos e implementámos um programa focado no fortalecimento da resiliência e bem-estar das pessoas cuidadoras (pais/mães, avós e educadores/as) de crianças inscritas em centros para o desenvolvimento da Primeira Infância - domiciliários ou institucionais - na Colômbia. O programa Conmigo, Contigo, Con Todos ou 3Cs recolheu amostras de 14 municípios colombianos, impactados desproporcionalmente pelo conflito armado. O programa foi composto por dois módulos: um programa de consolidação de competências (SBP) e uma intervenção psicoterapêutica (PTI). O conteúdo dos 3Cs adveio de terapia e da consciência sobre o comportamento cognitivo, e de contributos das partes interessadas a nível local. Através da aplicação de uma estratégia pragmática de avaliação, explorámos as alterações pré/pós intervenção na resiliência parental (o resultado mais relevante) através de relatórios de autoavaliação, na Escala de Resiliência de Connor-Davidson (CD-RISC). A análise dos resultados pré/pós intervenção mostraram melhorias estatisticamente significativas na CD-RISC nos dois ramos de atuação (SBP e PTI). As pessoas cuidadoras afetas ao grupo PTI começaram com pontuações mais baixas na escala, do que aqueles/as que não receberam a intervenção, e revelaram o maior progresso ao longo do tempo. Os cuidadores/as que tiveram uma participação no SBP abaixo da média (M=1-3 sessões num total de 6) não exibiram transformações significativas na CD-RISC. Adicionalmente, os cuidadores/as que registaram uma participação acima da média no SPB mostraram uma melhoria significativa na pontuação da escala, quando comparados com aqueles que não compareceram a qualquer sessão. Discutimos as implicações destes resultados para futuras aplicações do programa, e fundamentamos o impacto mensurável das referidas intervenções junto dos cuidadores/as em zonas de conflito.
How Family Relationships Predict the Effectiveness of a Psychosocial Group Intervention among War-Affected Children
Raija-Leena Punamäki, Kirsi Peltonen, Marwan Diab, and Samir R. Qouta
Habitualmente, as relações familiares definem a forma como os eventos traumáticos afetam a saúde mental das crianças num contexto de guerra e violência, mas a investigação sobre o papel desempenhado por tais relações, para o sucesso das intervenções psicossociais, apresenta lacunas. Este estudo compreende uma análise secundária de tipos de sistemas familiares previamente identificados, baseados no apego, parentalidade e relação entre irmãos, tal como da influência que tais aspetos têm na eficácia de técnicas de ensino de recuperação (TRT). A TRT é um grupo de intervenção psicossocial direcionado para a redução de problemas de saúde mental nas crianças, e desenvolvimento do seus meios psicossociais. Foram testadas três hipóteses. A primeira, a hipótese de compensação, afere que as crianças provenientes de famílias com relações negativas beneficiam largamente da intervenção TRT. A segunda, denominada hipótese cumulativa, afirma que as crianças de famílias com relações negativas não beneficiam da intervenção. Por último, a hipótese de proteção, diz que as crianças provenientes de famílias com relações positivas beneficiam largamente da intervenção TRT. A amostra consistiu em 325 mães e pais palestinianos e um/a dos/as seus/suas descendentes (com idades entre os 10 e os 13 anos). As crianças participaram ou na intervenção TRT ou em grupos de controlo. Os sintomas (descritos pelas crianças) de stresse pós-traumático, problemas emocionais e de conduta, e comportamentos pró-sociais foram avaliados numa linha de base comum, três meses após a intervenção e num seguimento a seis meses. Descobrimos que a tipologia familiar estava significativamente associada à eficácia da TRT, sustentando as hipóteses 1 e 3, de compensação e hipótese de proteção, respetivamente. As crianças com relações familiares instáveis e negativas, e aquelas provenientes de famílias com perceções díspares sobre a qualidade dos relacionamentos, demonstraram um declínio nos problemas emocionais nas três avaliações, e uma melhoria dos recursos positivos. As crianças de famílias com altos níveis de estabilidade e positividade nos relacionamentos, e aquelas com relacionamentos neutros e moderadamente estáveis, revelaram um aumento de recursos positivos e de comportamento pró-social também no grupo de controlo. Argumentamos que uma abordagem de sistemas familiares pode consubstanciar o conhecimento dos mecanismos das intervenções psicossociais bem sucedidas e, assim, que as relações familiares devem ser consideradas quando essas intervenções são adaptadas a crianças traumatizadas.
Field Note: Using a Participatory Approach to Create SEL Programming: The Case of Ahlan Simsim
Shanna Kohn, Kim Foulds, Charlotte Cole, Mackenzie Matthews, and Laila Hussein
Este artigo destaca o uso de uma abordagem participativa e devidamente informada sobre as questões do trauma, na criação de Ahlan Simsim, uma versão da série de televisão Sesame Street (Rua Sésamo) concebida para o Médio Oriente, e defende a importância de uma abordagem participativa na criação de conteúdo de ASE culturalmente relevante. Ahlan Simsim é uma componente de uma vasta iniciativa com o mesmo nome, criada pela Sesame Workshop e pelo Comité Internacional de Resgate e financiada pelas fundações MacArthur e LEGO. Este programa oferece uma aprendizagem precoce e carinho às crianças e famílias afetadas pela crise síria, através da combinação de meios de comunicação e serviços diretos de programação. Neste artigo, apresentamos uma análise da investigação e reuniões conduzidas pela Sesame Workshop em comunidades locais e com especialistas em desenvolvimento infantil no Iraque, Jordânia, Síria e Líbano, entre agosto e novembro de 2018. O objetivo da Sesame Workshop foi identificar e aperfeiçoar o foco do programa e criar conteúdo relevante e devidamente informado em relação ao trauma, que utiliza estratégias de aprendizagem social e emocional, com capacidade de ecoar e de causar impacto junto do público, na região de resposta síria. Defendemos que, para que a implementação de projetos e programas de ASE atinja o máximo impacto, é fundamental que as pessoas que desenham os programas desenvolvam enquadramentos sócio-emocionais para crianças a partir do zero, ao trabalhar com prestadores/as de cuidados e profissionais locais.
Field Note: Developing a Culturally Relevant Measure of Resilience for War-Affected Adolescents in Eastern Ukraine
Sergiy Bogdanov, Andriy Girnyk, Vira Chernobrovkina, Volodymyr Chernobrovkin, Alexander Vinogradov, Kateryna Harbar, Yuliya Kovalevskaya, Oksana Basenko, Irina Ivanyuk, Kimberly Hook, and Mike Wessells
O apoio psicossocial na educação que é prestado durante as situações de emergência tem frequentemente como objetivo apoiar a resiliência das crianças, mas medidas fortes e contextuais de resiliência são escassas na Europa Oriental. Neste artigo, pretendemos descrever o desenvolvimento e as propriedades psicométricas da primeira medida de resiliência para adolescentes afetados/as pela guerra na Ucrânia Oriental. Utilizámos métodos qualitativos para identificar as principais características culturais da resiliência e, em seguida, utilizámos estes conceitos para desenvolver a medida. Utilizámos modelos exploratórios de equações estruturais para extrair cinco fatores que demonstraram uma elevada consistência interna: apoio familiar (ω=0,89), otimismo (ω=0,87), persistência (ω=0,87), saúde (ω=0,86), e redes sociais (ω=0,87). A análise dos fatores de confirmação sugeriu que um modelo conciso de resiliência se adequava quase tanto aos dados como ao modelo exploratório de modelação de equações estruturais. A medição demonstrou boa fiabilidade no ensaio-reensaio. Neste artigo, discutimos também a importância do desenvolvimento, validação e utilização de medidas de resiliência relevantes a nível cultural para reforçar a implementação de projetos e programas de apoio psicossocial nas escolas, particularmente na Ucrânia.
Field Note: Developing the Group Facilitation Assessment of Competencies Tool for Group-Based Mental Health and Psychosocial Support Interventions in Humanitarian and Low-Resource Settings
Gloria A. Pedersen, Manaswi Sangraula, Pragya Shrestha, Pooja Lakshmin, Alison Schafer, Renasha Ghimire, Nagendra P. Luitel, Mark J. D. Jordans, and Brandon A. Kohrt
Em contextos humanitários, os serviços de saúde mental e apoio psicossocial (SMAPS) são frequentemente prestados em formatos de grupo. As intervenções de grupo permitem a estes/as profissionais chegar a mais pessoas quando os recursos e os conhecimentos técnicos são limitados. A implementação de projetos e programas em grupo também fomentam o apoio social, a empatia e a resolução de problemas coletiva entre as pessoas participantes. Para remediar a atual falta de ferramentas disponíveis para avaliar as competências de facilitação de grupos de pessoas que prestam serviços de SMAPS em grupo, tornámos o desenvolvimento de uma ferramenta deste tipo o nosso objetivo. A nossa abordagem, que se focava nos adultos, complementou uma iniciativa semelhante em curso para crianças e adolescentes. Revimos manuais de SMAPS para identificar as principais competências de facilitação de grupos, que incluem o desenvolvimento e revisão das regras básicas do grupo, facilitar a participação entre todos os membros do grupo, fomentar a empatia entre os membros, encorajar a colaboração na resolução de problemas, abordar barreiras à participação, gestão do tempo e assegurar a confidencialidade do grupo. De seguida, desenvolvemos a Group Facilitation Assessment of Competencies (GroupACT) Tool (Ferramenta de Avaliação de Competências de Facilitação de Grupos). A GroupACT é uma ferramenta de observação estruturada para avaliar estas competências durante role-plays (dramatizações) padronizados com clientes atores, ou in vivo durante sessões de grupo com clientes reais. Concluímos este artigo com orientações para a utilização da GroupACT para avaliar as competências dos/as facilitadores/as na prestação de serviços de SMAPS em grupo nos setores da saúde, educação, proteção e outros setores em contextos humanitários.
Na sua revisão de Can Big Bird Fight Terrorism? Children’s Television and Globalized Multicultural Education de Naomi A. Moland, Kate Lapham destaca os debates intensos entre académicos e profissionais do desenvolvimento internacional sobre se e como os atores externos podem fomentar a educação multicultural e a consolidação da Paz através dos meios de comunicação educativos. Lapham escreve que Moland utiliza a produção da Sesame Workshop da Sesame Square na Nigéria como um caso para compreender a interação complexa de prioridades e valores entre os funcionários ocidentais responsáveis pelo desenvolvimento (produtores da Sesame), especialistas em educação locais e aqueles/as a quem o desenho de programas se destinam (espetadores/as da Sesame Square) em diversas partes do país.
Na sua revisão do NISSEM Global Briefs: Educating for the Social, the Emotional and the Sustainable editado por Andy Smart, Margaret Sinclair, Aaron Benavot, Jean Bernard, Colette Chabbott, S. Garnett Russell e James Williams, Solfrid Raknes delineia como, em conjunto, os autores participantes apresentam uma estratégia para promover o Objetivo 4.7 do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU, por exemplo, incorporando temas de ASE em manuais escolares que promovem a inclusão e a coesão social através de recursos educativos. Raknes argumenta, tal como os autores do NISSEM Global Briefs, que as competências sociais e emocionais são fundamentais para se se movimentar num mundo cada vez mais desigual, globalizado e poluído.
Commentary: How the Education in Emergencies Field Can Help the United States Respond to COVID-19
Rebecca Winthrop and Helen Shwe Hadani
As autoras Rebecca Winthrop e Helen Shwe Hadani apresentam este comentário sobre como a COVID-19 fez dos Estados Unidos um local de educação em situações de emergência. Isto é evidente na linguagem de "reconstruir melhor", tanto quanto nos atrasos cognitivos, sociais e emocionais que os e as estudantes podem experienciar devido a uma menor interação com outras crianças e professores/as. A disponibilidade da tecnologia e a mudança para as modalidades de aprendizagem online salvou os/as estudantes americanos de um recuo total - um resultado que não é o caso para muitos e muitas estudantes pelo mundo.