Requisito 1 - Participação Comunitária: Participação
Os membros da comunidade participam activamente, de forma transparente não discriminatória, na análise, planificação, design, implementação, monitorização e avaliação das respostas educativas.
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As crianças e jovens participam activamente no desenvolvimento, implementação, monitorização e avaliação das actividades educativas
Ser Notas de Orientação:
Um vasto leque de membros da comunidade participa nas avaliações, análise dos contextos, consultas sociais das actividades educativas, revisões conjuntas de orçamentos e actividades de redução dos riscos de novas catástrofes e conflitos
Ser Notas de Orientação:
As oportunidades de formação e capacitação para a gestão de actividades educativas estão abertas aos membros da comunidade
Ser Notas de Orientação:
Autoridades educativas bem como outras partes interessadas na educação devem garantir a participação da comunidade na análise, planificação, design, implementação, monitorização e avaliação das respostas educativas. Qualquer membro da comunidade afectada deve ser capaz de participar, independentemente da sua idade, género, grupo étnico, religião, orientação sexual, ser portador de qualquer tipo de deficiência, estar infectado com VIH, ou qualquer outro factor.
As autoridades educativas e outras partes interessadas na educação devem envolver a comunidade no sentido de esta identificar:
- as necessidades educativas de todos os alunos;
- os recursos locais financeiros, materiais e humanos disponíveis;
- as relações existentes e em evolução entre rapazes e raparigas, jovens e adultos;
- a dinâmica de poder dentro da comunidade, incluindo relações entre grupos linguísticos, ou quaisquer outros grupos que possam ser excluídos;
- questões relacionadas com a segurança, preocupações e ameaças;
- formas de proteger as instituições educativas, os funcionários e os alunos de possíveis ataques, incluindo a violência baseada no género;
- perigos locais, e localizações seguras e acessíveis para as escolas e outros espaços de aprendizagem, e abordagens locais para reduzir os riscos de catástrofe;
- formas de integrar mensagens relevantes para o salvamento de vidas e sensíveis aos conflitos em todos os aspectos das respostas educativas, incluindo mensagens que tratam questões relacionadas com as maiores ameaças a nível de saúde que podem afectar a comunidade
As estruturas que apoiam o fortalecimento dos laços entre as famílias, comunidade e escolas ou outros espaços de aprendizagem devem ser desenvolvidas de forma participativa, inclusiva e consultiva.
“Comissão de educação da comunidade” refere-se a um grupo que identifica e trata das necessidades educativas e direitos de todos os alunos da comunidade. Nomes alternativos podem incluir “associação de pais e professores”, ou “comissão de gestão das escolas”. Pode apoiar a comunidade através de actividades de formação e capacitação ou trabalhando com as autoridades educativas ou outras partes interessadas no apoio aos programas educativos. Se este grupo ainda não existir na comunidade então a sua formação deverá ser encorajada
A comissão de educação da comunidade deve ser representativa de todos os grupos da comunidade e pode incluir:
- administradores escolares, professores e funcionários;
- pais ou profissionais de saúde;
- crianças e jovens;
- funcionários das organizações da sociedade civil:
- representantes de ONGs locais e organizações religiosas;
- líderes tradicionais;
- técnicos de saúde.
A inclusão de representantes de grupos vulneráveis é essencial. Os membros desta comunidade devem ser escolhidos através de um processo participativo, relevante para o local e apropriado ao contexto, que permita a homens, mulheres e crianças participarem equitativamente.
Em emergências complexas, onde existem diferenças sociais, tais como a etnia, tribo, religião e raça, a comissão de educação da comunidade deve trabalhar com todas as partes. Apesar de a inclusão ser o objectivo, a segurança dos indivíduos deve vir primeiro. As comissões devem ter o objectivo de proporcionar um programa educativo seguro, imparcial e apropriado para todos os membros da comunidade. Devem ser os primeiros a estarem a par de todas as alterações socioeconómicas que surjam, do contexto político do momento e comunicar com quem é responsável por tomar decisões, a todos os níveis
Papéis e responsabilidades dos membros da comissão de educação da comunidade devem ser claramente definidos e podem incluir:
- encontros regulares para tratar de questões preocupantes;
- registos das reuniões e decisões tomadas;
- mobilizar a comunidade do sentido de contribuir financeiramente e de outras formas;
- determinar abordagens culturalmente adequadas à idade e à cultura para que os programas educativos respeitem as necessidades e direitos dos alunos. Por exemplo calendários escolares flexíveis, e currículos adequados à faixa etária, que reflictam o contexto da comunidade;
- comunicar com a comunidade e com as autoridades educativas locais e nacionais para promover um bom relacionamento entre os membros da comunidade e aqueles que tomam decisões fora da comunidade;
- garantir que os responsáveis por assegurar o acesso e a qualidade da educação sejam responsabilizados e prestem contas;
- monitorizar a oferta educativa para ajudar a garantir a qualidade do ensino-aprendizagem;
- recolher e monitorizar informação específica sobre quem participa e quem não participa nas oportunidades de aprendizagem;
- promover a protecção contra ataques e fortalecer as condições de segurança dos funcionários e estudantes na sua ida e regresso da escola;
- garantir que o risco de redução de catástrofe está incluído na oferta educativa;
- garantir um apoio psicossocial adequado.
As autoridades educativas locais, a comunidade e a comissão de educação da comunidade devem estabelecer
prioridades e planear actividades educativas através de um processo de planeamento participativo que resulte num plano de acção educativo comunitário. Este plano deve basear-se no plano educativo nacional, se este último existir, e constituir um quadro de referência para melhorar a qualidade dos serviços e programas de educação formal e não-formal. Deve reflectir as necessidades, direitos, preocupações e valores das pessoas afectadas pela emergência, particularmente as que pertencem a grupos vulneráveis.
Um plano de acção educativa centra-se na garantia da continuidade da educação e pode ter vários objectivos, incluindo:
- desenvolver uma visão partilhada acerca daquilo que deve ser o ambiente de ensino-aprendizagem, descrito em termos de actividades, indicadores objectivos e tempo necessário;
- adaptação do currículo ao contexto, incluindo, de modo apropriado, sensibilização para conflitos e redução do risco de catástrofe;
- acordar procedimentos de recrutamento, supervisão e formação de funcionários, compensações e apoio dos professores;
- tornar prioritária uma abordagem baseada nos direitos humanos para reduzir a discriminação e criar um entendimento comum de que a educação deve estar disponível, acessível e aberta a todos, e ser adaptável ao contexto específico;
- estabelecer um acordo e compromisso partilhado entre actores sobre as prioridades para desenvolver um ambiente de aprendizagem de apoio e segurança, incluindo a protecção contra ataques;
- descrever as tarefas específicas e as responsabilidades das autoridades educativas, que são legalmente responsáveis por proteger o direito à educação e de outras partes interessadas. Tal pode incluir mobilização de recursos, manutenção e desenvolvimento de infra-estruturas, e coordenação com agências externas e outros sectores, integração com intervenções ao nível da segurança alimentar, saúde, higiene, nutrição, abastecimento de água e saneamento.
Os planos de acção educativa devem incorporar processos regulares de monitorização e avaliação comunitárias, de forma a manter uma ampla participação comunitária
As crianças e jovens têm o direito de serem ouvidos nos assuntos que afectam as suas vidas, incluindo a sua participação no desenvolvimento e na gestão do sistema que promove a sua educação. Devem ser convidados a participarem nas discussões num ambiente protegido, seguro e acolhedor que reforce o respeito pelo diálogo construtivo. Devem ser usadas estratégias culturalmente adequadas, como a arte, música e teatro, de forma ajudar as crianças e jovens a exprimirem-se.
As crianças e jovens devem ter formação em práticas que ajudem a proteger e apoiar, não só o seu próprio bem-estar emocional e social, como também o bem-estar dos membros da sua família e outras crianças. As crianças e jovens são muitas vezes importantes na identificação de outras crianças ou jovens que não frequentem a escola após a emergência, ajudando na sua reintegração. Podem também auxiliar os colegas com ferimentos ou com necessidades educativas especiais a acederem à escola. A capacitação deve enfatizar as suas capacidades para iniciar alterações positivas, incluindo a construção da paz e discutindo questões relacionadas com as causas dos conflitos e das catástrofes. Por exemplo, a formação pode apoiar as crianças e jovens a denunciarem e prevenirem situações de abuso no ambiente de aprendizagem e a fazerem parte da mediação de pares ou da resolução de conflitos.
Tarefas como distribuir mantimentos ou construção de abrigos podem constituir oportunidades para os jovens participarem na planificação e implementação das actividades que são importantes para as suas comunidades. Este tipo de participação oferece alternativas positivas, contrapondo as influências negativas como o crime ou grupos armados e tem fortes benefícios psicossociais fazendo com que o resto da comunidade aprecie as contribuições da juventude. A participação dos jovens na planificação, monitorização e avaliação dos programas educativos, particularmente nos programas de formação de competências para a vida, permite garantir que estes programas vão ao encontro das suas necessidades reais e futuras. Deve ser feito um esforço suplementar, no sentido de encorajar as mulheres e crianças a participarem, de modo a que as suas vozes sejam ouvidas, pois o acesso à educação pode diferir emrelação ao género masculino.
Auditorias sociais são avaliações dos programas baseadas na comunidade. São utilizadas para:
- identificar os recursos humanos, financiamento e os materiais disponíveis para a concretização do programa educativo;
- identificar lacunas;
- monitorizar a eficácia do programa.
Nem sempre será possível conduzir auditorias sociais durante as fases iniciais ou intermédias da emergência. No entanto, em situações de crise crónica ou em contextos de reconstrução a longo prazo, os consultores sociais oferecem às comunidades uma oportunidade de melhorarem a capacidade de monitorizarem mais eficazmente os programas educativos e documentarem situações de violação dos seus direitos. A participação nas auditorias sociais é particularmente relevante para os jovens, especialmente aqueles que não estão integrados em programas de educação formal ou não formal. É importante que o resultado das auditorias sociais seja partilhado com todos os membros da comunidade e autoridades relevantes
Capacitação fortalece o conhecimento, capacidades, competências e comportamentos no sentido de permitir que as pessoas e as organizações atinjam os seus objectivos. Todos os esforços devem ser feitos para identificar especialistas em educação, incluindo professores, outros técnicos de educação e técnicos de desenvolvimento curricular, dentro da população afectada para serem envolvidos no processo de planificação e implementação dos programas. Se não for identificado, no seio da comunidade, conhecimento suficiente sobre estes processos, ou se as pessoas se mostrarem incapazes ou sem vontade para restabelecerem o sistema educativo, então será apropriado criar actividades de capacitação para os membros da comunidade. As avaliações devem incidir sobre as diferentes capacidades, necessidades e respostas de crianças de ambos os géneros, jovens e adultos da comunidade, incluindo os grupos vulneráveis. Os programas de formação devem avaliar a capacidade da comunidade identificar necessidades de formação e capacitação e formas de as trabalhar. Tais actividades devem promover o sentimento de posse e a manutenção do programa educativo pela comunidade e a coordenação com outros sectores.
Indicadores
Domínio dos Requisitos Mínimos para a Educação | Requisito da INEE para Educação | Requisitos do Indicador/Programa | Esclarecimento | Numerador | Denominador | Meta | Desagregação | Fonte do Indicador | Fonte dos Dados | Ferramenta Disponível | Fase da Crise | Como é que o indicador foi adaptado ou contextualizado? Porquê? | Ferramenta utilizada para recolher dados (adicionar ligação) | Fonte dos Dados | Procedimento de recolha de dados | Qualidade dos Dados | Utilização dos dados | Feedback adicional | |
Requisitos Básicos | Participação Comunitária | Participação(RB/R1: Participação Comunitária) As e os membros da comunidade participam ativamente, de forma transparente e sem discriminação na análise, planeamento, conceção, implementação, monitorização e avaliação das respostas educativas. |
1.1 Percentagem de pais/mães que participam ativamente na conceção e implementação de serviços de educação em situações de emergência | Número de pais/mães envolvidos | Número de pais/mães | A ser definido pelo programa | Género | Com base no Registo de Indicadores da OCHA | Documentação do programa | Não é necessária qualquer ferramenta; as definições de RME e os indicadores da INEE são suficientes | Todas as fases | ||||||||
1.2 Percentagem de pais/mães satisfeitos com a qualidade e adequação da resposta no fim do projeto | Número de pais/mães satisfeitos com a qualidade e adequação da resposta no fim do projeto | Número de pais/mães | 100% | NA | Com base no Registo de Indicadores da OCHA | Documentação do programa | Ferramenta necessária | Todas as fases | |||||||||||
Recursos(RB/R2: Participação Comunitária) Os recursos comunitários são identificados, mobilizados e utilizados para implementar oportunidades de aprendizagem adequadas à idade. |
1.3 Análise sobre se a oportunidade para utilizar recursos locais é levada a cabo e posta em prática | Escala 1-5 (1 = baixo, 5 = alto) | 5 | NA | Novo | Documentação de programas/aquisições | Ferramenta necessária | Todas as fases | |||||||||||
Coordenação | Coordenação (RB/R1: Coordenação) Existem mecanismos de coordenação da educação para apoiar as partes interessadas que trabalham para assegurar o acesso e a continuidade de uma educação de qualidade. |
1.4 Percentagem de reuniões regulares de coordenação relevante (p. ex. Cluster de Educação, Grupo de Trabalho (GT) sobre EeE, Grupos Locais de Educação) com a participação da equipa do programa | Número de reuniões regulares do mecanismo de coordenação relevante (p. ex. Cluster de Educação, GT sobre EeE, Grupo Local de Educação (GLE) com a participação da equipa do programa | Número de reuniões regulares de mecanismos de coordenação relevantes (p. ex. Cluster de Educação, GT sobre EeE, GLE) realizadas durante a presença da organização | 100% | NA | Novo | Registos das reuniões | Não é necessária qualquer ferramenta; as definições de RME e os indicadores da INEE são suficientes | Todas as fases | |||||||||
Análise | Avaliação (RB/R1: Análise) As avaliações educativas atempadas da situação de emergência são realizadas de forma holística, transparente e participativa. |
1.5 Percentagem de avaliações das necessidades educativas, realizadas pelo organismo coordenador relevante em que o programa participou | Estas incluem avaliações iniciais rápidas e contínuas/em curso | Número de avaliações para as quais a organização contribuiu | Número de avaliações possíveis para as quais a organização poderia ter contribuído | 100% | NA | Novo | Registos de avaliação | Não é necessária qualquer ferramenta; as definições de RME e os indicadores da INEE são suficientes | Todas as fases | ||||||||
Estratégias de Resposta (RB/R2: Análise) As estratégias de resposta de educação inclusiva incluem uma descrição clara do contexto, das barreiras ao direito à educação e das estratégias para ultrapassar essas barreiras. |
1.6 Força da análise do contexto, das barreiras ao direito à educação e das estratégias para ultrapassar essas barreiras | Escala 1-5 (1 = baixo, 5 = alto) | 5 | NA | Novo | Documentação do programa | Ferramenta necessária | Todas as fases | |||||||||||
Monitorização (RB/R3: Análise) É efetuada uma monitorização regular das atividades da resposta educativa e da evolução das necessidades de aprendizagem da população afetada. |
1.7 Percentagem de avaliações das necessidades educativas efetuadas num período de tempo definido | Frequência a ser definida pela organização. As medidas de monitorização devem ser relevantes para os resultados desejados do programa | Número de avaliações das necessidades de educação efetuadas por ano | Número de avaliações das necessidades de educação necessárias por ano | 100% | NA | Novo | Planos e resultados de Monitorização & Avaliação | Não é necessária qualquer ferramenta; as definições dos RME e os indicadores da INEE são suficientes | Durante a implementação do programa | |||||||||
Avaliação (RB/R4: Análise) As avaliações sistemáticas e imparciais melhoram as atividades de resposta educativa e aumentam a responsabilização. |
1.8 Número de avaliações efetuadas | Número de avaliações efetuadas | NA | NA | Novo | Planos e resultados de Monitorização & Avaliação | Não é necessária qualquer ferramenta; as definições dos RME e os indicadores da INEE são suficientes | Conclusão do programa | |||||||||||
1.9 Percentagem de avaliações partilhadas com os pais/mães | Número de avaliações cujo resultados foi partilhado com os pais/mães | Número de avaliações | 100% | NA | Novo | Planos e resultados de Monitorização & Avaliação | Não é necessária qualquer ferramenta; as definições dos RME e os indicadores da INEE são suficientes | Conclusão do programa |